sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Tava vendo hoje umas coisas que eu fiz. Que delicia é mudar! Mais delicia ainda é ver como você ainda é parecido com você. Ói isso:

Da vez que eu lambi você

Sobrou o gosto de menta

Sobrou a chegada lenta

E todo amor que a gente inventa

Das vez que eu não olhei você

Sobrou a recordação

Pouco tempo de elo

Muito tempo de lamentação

Da chatice minha, dela

Não sobrou nada

Prometi ser uma boa magrela

Do amor meu, dele

Sobrou tudo, falta agora

Colocar mais, pra me fazer passar hora.


E eu ainda me entendo, lembro exatamente o que eu queria dizer. To escrevendo muito hoje, quem sabe depois de um tempo eu não publique, é, vou virar um Paulo Coelho da vida, sei que tenho MUITO talento. :D hahaha

Meu príncipe tá vindo, pedaço

Por pedaço, em aeronaves

Tá vindo me buscar, pra que

Juntos desbravemos OITO mares

Já posso sentir o cheiro da cama

Feita de pedaços de corações partidos,

A gente entrando em botecos, voltando

Pra olhar o Achados e Perdidos

Das risadas mais altas, quero guardar

Suas rugas, seus dentes, lábios. Quentes,

Que me peguem por todo corpo

E não me larguem nunca mais

E assim, quando chegarmos ao porto

Nem o vento vai nos tocar, mais

Só nóis, nóis.



Depois conto mais, acho mais, escrevo mais, viajo mais.
Aah! Tinha visto num livro só o começo e lá nem tinha o autor, já tinha me apaixonado. Agora que eu vi tudo então.. taí ó

Procura-se um amigo

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

de Moraes, Vinicius.